A publicação periodica e regular d'uma revista portuguoza de chimica tornou-se uma necessidade urgente. A remodelação que entre nós soffreram ultimamente os es-tudos de chimica nos nossos estabelecimentos de ensino supe-rior, a creação das novas cadeiras de chimica pharmacautica, de chimica bromatologica e toxicologica nas Escolas de Pharma-cia, a instituição dos cursos de chimica sanitaria pelas recentes reformas do ensino da hygiene, a organisação e melhoramento dos laboratorios medicos junto das Escolas medicas de Lisboa, Coimbra e Porto, justificam bem tal necessidade.
Os subsidies analyticos que serviram de base para o meu trabalho foram me fornecidos, com respeito aos vinhos portu guezes, por dois volumosos relatorios publicados por commis sões differentes, sendo o primeiro da eommissão que analysou em 1884 as amostras apresentadas na Exposição d'esse anno, em numero de 1702 ('2) e o segundo da commissào que procedeu á analyse de 850 amostras que figuraram na Exposição vini-cola de Berlim (1888) e de mais 217 amostras, enviadas á Exposição universal de Paris em 1889 (8). A grande maioria das amostras pertencia, porém a vinhos tintos, de modo que, descontando os vinhos de sobremeza e os doces, ficavam apenas da primeira série 243 e da segunda 63 - ao todo 326 amostras de vinhos brancos, seccos.
Escrevendo em 1878 sobre os nossos azeites disse FERREIRA LAPA: «Os nossos azeites, á parte algumas excepções louváveis, teem geralmente o defeito de pouco limpos e a qualidade, de muito gordos, que para as mezas finas é também reputado defeito no estrangeiro»
Il est rare de trouver dans Ies traitós de vindication étrangers des notions exactes au sujet de la preparation et composition des «geropigas» et du traitement des vins de Porto.