A cultura do tabaco nos Açores parece datar de 1825, anno em que o desembargador VICENTE JOSÉ FERREIRA CARDOSO, homem de vista larga e d'uma iniciativa admiravel, alliadas a notáveis conhecimentos de agricultura e a uma rara habilidade experimentadora, realisou as primeiras tentativas d'aquella cultura na ilha de S. Miguel. As duas amostras de tabaco manufacturado, uma de 1 arroba e 19 libras, outra de 1 arroba e 5 libras, que o desembargador VICENTE remetteu aos contratadores do monopolio do tabaco do então, JOSÉ FERREIRA PINTO BASTO & C.A e JOSÉ BENTO PACHECO & C», foram por estes classificados como eguaes em qualidade ao da Virginia, «prestando-se para todos os usos em que empregavam aquelle». Ainda no mesmo anno o desembargador VICENTE dirigiu ao Ministro da Marinha e Ultramar, JOAQUIM JOSÉ MONTEIRO TORRES, uma extensa carta «em que se faziam largas considerações sobre a vantagem da cultura do tabaco em S. Miguel, se encarecem as qualidades produzidas, preparadas em ensaios feitos ainda com pouca prática, e se pede, que da primeira arrematação do exclusivo seja excluída a ilha de S. Miguel e a de Santa Maria offerecendo-se o proponente para prover ao consumo nas duas ilhas com tabacos da sua cultura e preparo, indemnisando por isso o estado da mesma fôrma e de egual quantia como o fizessem os contratadores».